sábado, 7 de novembro de 2009

Devaneio

Era um dia claro de verão
Sol forte e céu celeste
fumaças pareciam sair do chão
E eu ouvia um som que vinha do leste
Eram surdos, taikos, tabores e tablas
Sincronizados com meu coração
Faziam-me mamolenciar
Minha mente foi tomada,
Não havia mais como lutar
Então me entreguei, corpo e alma pra batucada
O som que era do leste, agora era daqui
Muitos igual a mim, tomados,
Não tinha por que não seguir
Fui seguindo os muitos igual a mim
O destino era desconhecido
Mas o rítimo era empolgante, não tinha como parar de ir
Nem havia vontade para isso
Era alegria jamais vista, todos que ouviam se contagiavam
O povo todo formou uma grande procissão
Formou-se uma grande corrente quando todos deram as mãos
Pra pedir que tal alegria jamais acabasse
Nesse momento o céu encheu-se de nuvens negras e carregadas
Foi quando o povo, tomado por uma força energizada começou a cantar:

"Vai desabar água, algodão vai, desabar água
Pra lavar o que tem que limpar, pra lavar o que tem
Vai desabar água e é pro nosso bem!!!"

Foi água e mais água
Todos encharcados
Abençoados por tal água
As nuvens começaram a se movimentar
A medida que a tempestade se desfazia, desfazia-se também a muvuca
Quando dei por mim, estava eu onde tudo começou
Ainda podia ouvir a batucada, não mais vinda do leste, ou de qualquer lugar exterior
mas dentro de mim
O sol, por mais quente que estivesse, não me queimava
ainda sentia o frescor
A alegria...ainda aqui.
Minha vida...se temor!

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