segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Essa é das antigas: Lamento numa noite quente


Oh tristeza minha
Por que comigo caminhas?
Indiferença!
Ao menos pedistes licença?
Estabeleceste-se em meu coração
Expulsando todas as outras emoções.
Causadora do sofrer
Qual o motivo de me querer?
Será apenas um mau tempo?
Uma estação fria?
Demorará sua estadia?
Frieza!
Deus, meu Deus
Por que não amanhece o dia?
Por que demora a nascer o sol?
Um pouco de alegria na alma e no ser
Era tudo o que eu queria!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

ODIO

Olha só o ponto em que cheguei, olha só o que me tornei. Desviei meu caminho, não conheço o lugar onde estou. E tudo por culpa sua. Eu acreditei em você, aos poucos fui me dando e quando percebi meu tudo era seu, em troca recebia apenas uma esmola, que no começo era o bastante, mas a muito tempo não é mais. E ao cobrar nada mais do que o justo recebi a ingratidão, pois não precisas mais de mim, ou melhor, não queres precisar. Envergonho-me pelo que fiz, como diz o ditado: A ocasião faz o ladrão, enfraquecido pelas suas explorações me deixei levar pela ocasião e agora sou marginal ladrão, perdi até o pouco que tinha: meu caráter . Mas um tempo novo aproxima-se rapidamente, posso senti-lo, e assim como hoje pago pelos meus erros, nesta sarjeta suja, você pagará pelos seus, pela sua injustiça e ingratidão. Aconselho-te a trazer analgésico e uma máscara, pois a sarjeta é dolorida e fétida.

Amor antes, ódio agora.

sábado, 13 de novembro de 2010

Adeus


Abri teus olhos, precisas acostumar-se a ver as coisas, pois não mais estarei aqui para ilustrar a paisagem. Aguça seus ouvidos, aguça sua intuição, pois não estarei mais aos seu lado para dizer o caminho a seguir. Estica as pernas, os braços, equilibra-te na planta de seus pés, pois não te levarei mais em minhas costas.

Quanto tempo andamos juntos e eu sozinho, quantas perguntas sem respostas, quanto desafios, quantas apostas e nenhum concorrente, quanto o tempo, me dei para ti, quanto tempo fui seus braços, suas pernas e sua voz, e você ausente.

Agora é hora de acordar, tomarei um novo rumo, desconhecido teu e meu, seguirei em um caminho obscuro, curioso, creio que tu, ocioso, não o suportará, por isso terei de deixá-lo, pois tenho de trilhá-lo. Preciso de vida, pois gastei o que tinha com você, por isso vou buscar mais, para não morrer. Preciso de ciência, novas vivências ...

Estou indo, é minha hora, minha chance, vou SM demora. Não olharei para trás, assim será mais fácil para nós, ao menos tentarei. Não te levarei comigo, mas espero que venhas, não olharei para trás, mas espero que estejas ao meu lado. Se não vier sentirei sinceras saudades, e saciarei com lembranças vivas, acostumar-me-ei, e quanto a ti: espero que sobrevivas.

"Odi et amo. quare id faciam, fortasse requiris? Nescio, sed fieri sentio et excrucior." (Catullo)

Adeus

P.S.: Te conheci e aprendi a te amar, amando-te o carreguei. Parto aprendendo a me amar e rastejando-me.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Depressão


A madrugada fria chegou e eu não senti frio. A noite adentrou-se e eu não senti sono. As pessoas com as quais bebi ficaram bêbadas e eu não. Nada me tocava, nada me atingia, nada percebia, por que tinha de perceber sua ausência? Talvez porque sua presencia era a única que poderia me tirar do mundo metafísico em que me encontrava, talvez porque ali você fosse meu forte em meio aquele mar. Mas não te culpo a escolha de ir caminha por vias desconhecidas foi minha, me perdi, ainda que os estranhos tentassem, e tentaram, me ajudar a encontrar-me não seria possível, pois julguei-me melhor do que verdadeiramente sou, mais simpático e esperto do que realmente sou. A má escolha foi minha!

sábado, 23 de outubro de 2010

Comprei uma bolsa de grife (Vanessa da Mata)


Comprei uma bolsa de grife, mas ouçam que cara de pau.
Ela disse que ia me dar amor, acreditei, que horror.
Ela disse que ia me curar a gripe, desconfiei, mas comprei.
Comprei a bolsa cara pra me curar do mal
Ela disse que me curava o fogo, achei que era normal
Ela disse que gritava e pedia socorro, achei natural

Ainda tenho angústia, sede.
A solidão, a gripe e a dor.
E a sensação de muita tolice nas prestações que eu pago pela tal bolsa de grife.

Nem pensei, um impulso pra sanar um momento.
Silenciar, barulho. Me esqueci de respirar.
Um, dois, três
Eu paro.
Hoje sei
Que nem tudo será
Escrevi meu colar,
Dentro há o que procuro

Ainda tenho angústia, sede.
A solidão, a gripe e a dor.
E a sensação de muita tolice nas prestações que eu pago pela tal bolsa de grife.

Meu amigo comprou um carro pra se curar do mal.

Passion

Quem é ela
Que vem em minha direção,
Que parece estar me dando trela,
Que me confunde a ação?

Quem é ele
Que os olhos me fitam,
que faz vermelha minha pele,
Que os batimentos me agitam?

Quem ela é
Para roubar-me de mim com um só olhar?
quem ele é
Para entrar dentro em mim sem nem perguntar?

Não é ele
Nem tão pouco ela.
Não foi intento dele
Nem vontade dela.

Foi paixão!

Sono na Aula


Não consigo conter meus olhos, que
Insistentemente insistem em fechar;
E também minha cabeça, que
Descontroladamente cai para os lados;
Muito menos meu pensamento,
Que escapa pela via do sono
Chegando a terra dos sonhos.

Abre olhos meus, Abre-te.
Volta consciência, não se iluda
com a indescência dos sonhos meus,
Volta, é hora da ciência,
Adquire-a, alimenta-te, expandi os limites teus.
Centra-te ser, centrat-te para ser.